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Fazes muita falta mana

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Os peixes

Quando eu era criança passava, por vezes, férias numa aldeia perdida no centro do país. É mesmo no centro, medindo de todos os lados – se quiséssemos traçar uma circunferência, espetaríamos ali a ponta do compasso.
Um dos meus passatempos consistia em tentar apanhar com as mãos os peixinhos da ribeira. Guardava-os num frasco e depois soltava-os e via-os ir.
Uma vez levei-os para casa e enchi a banheira para manter os meus amigos perto de mim, mas as autoridades lá de casa impuseram o regresso imediato dos peixes ao seu habitat. As autoridades eram todos excepto eu – ninguém queria abdicar do banho por causa dos meus frágeis companheiros ali retidos, argumentando que estavam muito infelizes.
Nesse jogo de apanhar peixes à mão, a maior parte deles escapavam por entre os dedos e desapareciam sem retorno. A Eugénia fez-me relembrar essa sensação – escorregadia, escapou-se e acolheu-se no mistério que a transparência das águas pode encobrir... para onde eu olhava tempos infinitos esperando rever o pequeno peixe que se empenhara em ser livre.

1 comentário:

ricardo mota disse...

Obrigado Raquel por te partilhares. a eugénia fugia a ficar presa onde e a quem quer que fosse. Procurava a vida em todo o lado e em toda a gente que a quisesse dar, e nunca se cansava. tenho a certeza que continua a nadar contra a corrente e a brincar entre os dedos de quem a quer guardar, como nós.