Criei este blog para as génias e os génios se poderem encontrar e continuar a dançar e a sorrir com ela.
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Fazes muita falta mana

quinta-feira, 2 de julho de 2009

passo miraflores a caminho de um qualquer jantar. raras vezes passo nessa zona. e de cada vez, penso que ali mora a minha amiga eugénia. quer dizer, agora não, que está no alto de sto amaro, ou no brasil, ou em alfragide, ou...
não consigo pensar muito diferente agora. como antes, sei que é só uma questão de tempo voltarmos a estar. aliás, vamos estando.
num sonho, sigo-te a nado na travessia de um lago. é noite e a água está escura como o céu estrelado. sinto algum receio. aproximamo-nos de uma margem onde 5, talvez 7 vultos perfilados nos vêem chegar. o seu aspecto destratado, como sem abrigos causa-me receio também. mas não - conhecem-te. são teus amigos. está tudo bem. já numa casa ou cabana, as tabuínhas finas das janelas filtram o luar. continua noite. muito tranquila. que sossego me dás.
noutro sonho, cruzo-me com uma rapariga de 20 anos igualzinha a ti. mesmo parecida. vem acompanhada da família, num ambiente de férias ou fds. não resisto a estabelecer contacto com ela. apresento-me. falo-lhe de ti. da vossa parecença. ela é bastante receptiva. combinamos voltar a encontrar-nos. permitir-me conhecê-la melhor. que saudade tão grande tão grande tua, esta rapariga me traz. pergunto-me se ela representará a imagem que guardo tua, por volta dessa idade? quando ainda não tínhamos maridos nem filhos nem nada que nos condicionasse. só férias extraordinárias.
e agora? neste momento?
bom. neste momento preciso, estás aqui, nos meus pensamentos. quem sabe, mais logo, num sonho? na risada de alguém na mesa ao lado, no restaurante. nas palavras da raquel. no legado dos teus filhos. no afecto do teu irmão. na pele dos teus pais.
no olhar vago de cada um de nós. o que importa? estás aí, enquanto nós estivermos aqui e pronto. e depois? logo se verá. pra quê saber tudo?

2 comentários:

Raquel Coelho disse...

Ainda num destes dias estive a falar com a Lisa sobre a presença imensa e constante da Eugénia. Assim como aqui referes. Há dias em que parece estar em todos os meus gestos, noutros estou naquela expectativa inconsciente - quando é que a Eugénia regressará de Praga, ou do Brasil... e depois lembro-me e faz-me falta que entre pela minha casa adentro com aquele entusiasmo para um qualquer programa de última hora, numa correria com as crianças atrás...
Na minha casa há recordações da Eugénia por todos os lados: azulejos, desenhos, prendinhas vindas dos seus passeios pelo campo... é assim que me bate à porta.
Mas este maldito vazio não passa!

Catarina Fragoso disse...

vazio, não.
vou à missa todos os domingos. este último, estava no algarve e fui lá a uma igrejinha. duas filas atrás de mim, uma rapariga soluçava. escutei que fungava, sem lenço de assoar. virei-me para trás e estendi-lhe um. ela agradeceu, num vestido de grávida preto.
já de carro, longe da igreja, vi a mesma rapariga entrar num portão. parei o carro. saí. segurei-lhe as mãos e expliquei-lhe o que aprendi com a eugénia: «é só uma passagem». ela abraçou-me muito apertado, senti-lhe o coração e o bebé já grande na barriga. apertou-me mais. agradeceu-me ao ouvido. e eu insisti com o que aprendi: «escuta o teu coração. é só uma passagem». sempre a soluçar, ela agradeceu-me de novo. as vizinhas aproximaram-se sem perceberem. nem eu percebo muito bem. mas é assim. não há vazio.