Tenho um longo percurso com a Eugénia.
Vejam bem o que são longos percursos! Nesta tão curta distância entre o acordar e o ocaso – foram as almas grandes, as génias e os génios que inventaram a eternidade.
Conheci a Eugénia numa das minhas aulas da António Arroio. Lembro-me muito bem desse dia porque a Eugénia surgiu exactamente assim com aquela maneira de fazer guardar na memória as coisas. Se ela não tivesse aparecido, esse dia estava para aqui misturado com tantos outros desse ano lectivo em que eu e o Rodrigo partilhávamos uma longa mesa de madeira ao fundo da sala, onde brotávamos riscos e tintas.
Como disse, num dos primeiros dias de aulas (isto era lá pelos anos 80 – esta coisa da eternidade não tem datas), estávamos os dois a desenhar ou a pintar, e como grandes artistas que éramos, estávamos a olhar para o papel colocado sobre a mesa, onde botávamos forma. Aproximou-se alguém, e-terna voz ouvi: «Vou pedir para mudar para esta turma...». Foi assim que para mim nasceu a Eugénia. A direcção da escola nunca aceitou a transferência da minha (já) amiga, mas desde esse dia mantivemo-nos na mesma turma eterna, claro! E nem queiram saber o que foram estes anos de eternidade!
Fazes muita falta mana
sábado, 4 de abril de 2009
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